domingo, 30 de outubro de 2016

About Chaos Theory

"It has been said that something as small as the flutter of a butterfly's wing can ultimately cause a typhoon halfaway around the world"

Às vezes eu penso demais... Muito mesmo... Pensar demais não é bom, pelo menos não quando não se trata de estudos ou algo do tipo, sou adepta do discurso que tudo em demasia faz mal. Nas últimas semanas tenho pensado muito na teoria do caos na minha vida e em como, na maioria das vezes, eu simplesmente deixei a vida me levar ao invés de segurar as rédeas com força "making my own choices"... Tive motivo pra isso? Na maior parte das vezes sim.. Se eu pudesse retratar a minha infância até a chegada à faculdade seria, literalmente, como um filme de comédia adolescente norte americano: eu era a típica nerd, gordinha e que sofria bullying de todos os amiguinhos, mas que tinha o irmão mais gato e popular do colégio (que no caso do meu, além de tudo também era nerd), que quando cresceu acabou ficando muito melhor do que as populares do colégio (que hoje em dia, em sua maioria, são mães solteiras, nada contra, just saying por base de comparação mesmo). A minha adolescência não foi fácil, eu sempre fui muito ingênua, sempre valorizei muito as amizades, as pessoas sempre vieram em primeiro lugar na minha vida, eu sempre agi com o coração em qualquer tipo de relacionamento... Quando eu tinha mais ou menos 14 anos eu fui de fera pra bela (meu conto de fadas favorito, btw), mas nunca fui muito precoce então enquanto eu saía com as amiguinhas pra ir ao shopping brincar nos playlands da vida, eu ia pra isso mesmo, enquanto elas iam pra ficar com os menininhos... O que eu não contava era que em muitas dessas vezes, os menininhos que já estavam esquematizados pra elas ficariam a fim de mim! E, óbvio, que eu não tava nem aí pra eles, eu tava ali pra dar cobertura pra elas e brincar de game mesmo (lembro até hoje de um menino que veio se apresentar enquanto eu jogava e eu nem olhei na cara dele, daí antes de sair ele simplesmente me deu um beijo no rosto e eu agi como a Darla dos batutinhas antes de se apaixonar pelo Alfalfa - ecaaaaa!)... Enfim, com o passar do tempo algumas amizades se afastaram, eu me mudei, chegou a hora de ir pra faculdade e foi aí que acredito que comecei a "viver" de verdade... Mas com 17 anos é muito difícil você escolher algo para o resto da sua vida e o que eu fiz? Não segui o que eu realmente queria. 

A faculdade foi muito importante pra mim, foi nesse tempo que conheci um namorado que mudaria muito a minha cabeça e os meus conceitos sobre mundo, seria com ele também que nasceria em mim a vontade intensa de ir morar fora, algo que eu pensava ser tão impossível antes... Mas e se eu tivesse seguido o que eu realmente queria? Ou melhor, e se eu tivesse feito um cursinho antes de entrar na faculdade para pensar melhor e ter mais certeza de qual seria a profissão mais adequada para mim? Quem eu seria hoje se tivesse insistido nos meus sonhos e cursado outra faculdade? Quem eu seria hoje se tivesse descoberto a minha verdadeira aptidão/paixão? É muito estranho você chegar aos 28 anos e pensar "como seria se eu fizesse aquilo que realmente me brilha os olhos?", pior ainda é chegar aos 28 anos e não ter certeza do que realmente te brilha os olhos. Eu conversava sobre isso com um amigo americano esses dias, e ele me disse "hey, don't be such a loser, you are only 28yo you have so much to discover, you can change you career, you can come to the USA and try to work with fashion for example, I am sure you can do this... I am 34yo and I don't feel as old as you are talking, c'mom.." e então eu percebi que apesar de ser realmente curioso pensar como a minha vida poderia ter sido se eu tivesse feito outras escolhas, eu ainda posso fazer novas escolhas observando quem eu me tornei através de toda a experiência adquirida até aqui. Talvez, se eu fosse uma médica como eu gostaria aos 17, eu não teria conhecido as pessoas maravilhosas que fazem parte da minha vida hoje, como esse amigo americano. Ou não teria morado em Dublin e ter vivido histórias lindas e loucas e romances que guardo na memória e no coração até hoje, porque também não teria conhecido aquele namorado da faculdade, que despertou em mim esse desejo do intercâmbio... E talvez eu nem estivesse escrevendo isso daqui da sala do ap que eu moro hoje em dia, um pouco longe de onde tudo começou...

Anyways, apenas lembrando que todas as nossas escolhas (ou a falta de decisão sobre elas) gerarão consequências futuras. 

"It's all about finding the calm in the chaos"

God bless us.

With Love,
happyingreek